sábado, 24 de outubro de 2009

HOMENAGEM À MISSIONÁRIA DORIS LEMOS


Sua vida me inspirou a dedicar-me inteiramente a causa do Mestre...
Seus ensinos moldaram minha vida e meu caráter...
Seu sorriso meigo e sincero me transmitiam o amor de Deus...
Seus conselhos, dentro e fora da sala de aula, são pérolas preciosas que guardo pra sempre...
O amor com o qual tocava o seu piano, dava as suas aulas, ensaiava o coral, dirijia os cultos missionários, me motivaram a ser um obreiro mais fiel ao chamado de Cristo...
Sua humildade me ensinou o que é a essência do Evangelho...
O seu lugar no meu coração é imortal...
Sinto-me privilegiado por tê-la conhecido...
Descanse, corajosa obreira do Senhor, nos braços do seu Mestre.

Homenagem à Missionária Ruth Doris Lemos.

terça-feira, 8 de setembro de 2009


Ser adolescente

Ser adolescente não é ser
nem estranho
nem normal
é ser diferente

é ser gente
é corpo
alma
mente

é ter o seu mundo
às vezes mudo
às vezes surdo
mas que num segundo
se torna grito
se torna ouvido

são essas mudanças
inconstância
destemperanças
nem adulto nem criança

é sonhar com o futuro
às vezes com coragem
às vezes inseguro
às vezes com certeza
às vezes sem rumo

em horas
demonstrando maturidade
em outras
da infância com saudade

ora tranquilo
ora estressado
ora sorrindo
ora emburrado
ora tímido
ora levado

bravo
de coração mole
choro e riso
e abraço em quem ria e console

rapaz feito
de barba e espinhas
com o seu jeito
suas modinhas

tem a alta
a baixinha
toda vaidosa
já é mocinha

namoradinhos
namoradinhas
paquerinhas
beijoquinhas

quer ser ouvido
valorizado
mas não faz nada na marra
quer ser conquistado
é amável
se amado

quer um espaço
pra demonstrar o talento
quer incentivo
pra superar o medo

é ousado
dinâmico
atualizado
detesta o chato, ultrapassado
o papo furado

adolescência
não é doença
nem "aborrecência"
é força, é vivência

criatividade
vaidade
puberdade
amizade
vitalidade

ser adolescente
é viver com ousadia o presente
é a construção do futuro
fase linda da vida da gente

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Esse tal de "reteté"!



Quem inventou esse tal de "reteté"? Seja lá quem lançou isso no meio pentecostal, "reteté" virou moda, estilo musical, estilo de pregação e por aí vai. Sinceramente, respeito e admiro todas as manifestações religiosas no meio pentecostal. Mas também é preciso ver as coisas com o olhar do bom entendimento.

O tal do "reteté", em muitos cultos de algumas igrejas que se dizem pentecostais, é uma mistura de arrastapé, golpes de karate e umas gritarias esquisitas. O grande problema não está nas manifestações corpóreas e vocais em si, mas no sentido, na finalidade . Qual a razão de tudo isso? Tem gente que entra no "reteté" com uma "cara lavada"... você percebe que a coisa é forçada, interpretada, encenada. Qual o propósito relevante dessas experiências? Que fundamento há? Já ouvi um defensor do reteté recorrer ao texto paulino que afirma que "Deus escolheu as coisas loucas desse mundo para confundir as sábias". Já ouvi dizer também que Davi entrou no "reteté" na ocasião do retorno da Arca da Aliança para Jerusalém. Os de espírito mais humorístico dizem que Jesus era do "reteté". Afirmam que o "reteté" é alegria no e do Espírito, é o explodir da glória de Deus, é o transbordar da unção, capaz de levar a pessoa a perder o domínio do próprio corpo. Os praticantes do reteté alegam que as expressões são involuntárias e imprevisíveis, ou seja, não é a pessoa, mas o Espírito de Deus que dela se apodera, conduzindo-a aos movimentos e manifestações.

Longe de mim ser grosseiro com a fé de alguém. O que desejo não é agressão, muito menos escárnio, mas sim, reflexão. Observo, não raras vezes, pregadores e cantores que praticam o reteté para emocionar as pessoas. Meu pastor contou a história de um jovem pregador que, antes de pregar, virava-se para um de seus amigos e dizia: “quer ver como coloco fogo nesse culto”! Pregava meia dúzia de palavras, fechava a Bíblia, tirava o paletó e soltava um carrilhão de “línguas estranhas” e “profetadas” e desferia uma série de socos e chutes no ar. E a galera ia à loucura! O mais importante esse jovem negligenciava nas suas pregações: a exposição da Palavra que cura, salva e transforma. Tem muita gente cheia de “reteté” e sem fé, sem amor, que não gosta de ler a Bíblia nem frequentar os cultos de estudo da Palavra de Deus. Já vi cada coisa, meu povo! Tem gente que pula, sapateia e redopia... sai do culto caluniando o irmão, chega em casa e bate na esposa. Acredito que quando o Espírito nos controla um novo coração é implantado em nós.

O problema é que o reteté se tornou uma cultura tão forte em algumas igrejas, que a maioria das músicas evangélicas, no estilo pentecostal, são feitas no ritmo que proporcione um clima propício para que as pessoas entrem no “reteté”. Surgiu até um grupo chamado “Fogo no Pé”, que canta um forró gospel pentecostal, ideal para ser tocado nos cultos e vigílias, cujo interesse seja o de levar todo mundo a se “descabelar” no “reteté”, ao invés de se buscar mais comunhão com Deus em oração e adoração. Tem pregador que, ao concluir a mensagem, pede para que alguém cante uma “música de poder” ou de “fogo” para que o povo entre no reteté. Isso virou moda gente! Em muitos eventos “pentecostais” se o pregador e o cantor não forem do “reteté”, não fizerem o reteté, enfim, o povo sai falando mal, dizendo que o camarada não tem unção. Um dia eu convidei um jovem pastor para pregar em um congresso de adolescentes na minha igreja. Um irmão me perguntou: “esse pregador é do reteté?” Gentilmente respondi: “se ele é do reteté, isso não sei; o que sei é que ele é um pregador, e é isso que nós precisamos em nosso congresso – alguém que pregue a Palavra”.

Tem gente que pratica o reteté sem saber o porquê e o pra quê. “As coisas de Deus não se explicam”, afirmam alguns. É preciso pedir-se desculpas à irmã Hermenêutica e ao irmão Bom Senso, infelizmente tão desprezados por alguns crentes. É preciso que se leia mais os ensinos de Paulo aos irmãos coríntios. É preciso um resgate da espiritualidade genuína. Pelo menos eu faço minha parte, praticando tudo aquilo que é santo, tudo que é louvável, tudo que tenha algum proveito.

Respeitosamente,

Jonathas Diniz.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Quem é quem?


O pentecostalismo histórico tem as suas origens no início do século passado, com o Avivamento da Rua Azuza nos Estados Unidos. Impactados com o poder penbtecostal, Daniel Baerg e Gunar Vingren, dois jovens suecos, que residiam na América, embarcaram em um navio, direcionados pelo Espírito Santo, tendo como destino a cidade de Belém do Pará, e como objetivo, a propagação do Evangelho e da fé pentecostal. Esse foi o início das Assembléias de Deus no Brasil, hoje, a maior denominação pentecostal do mundo, prestes a completar os seus 100 anos de existência no nosso país em 2011.
A partir da década de 60, começaram a surgir no cenário nacional denominações evangélicas, oriundas do pentecostalismo clássico, caracterizando uma vertente conhecida como neopentecostalismo. O movimento Neopentecostal diferencia-se do pentecostalismo histórico tanto na sua estrutra organizacional e nos seus costumes quanto na sua teologia. Dentre os posicionamentos teológicos neopentecostais os que mais se destacam são a "teologia da prpsperidade" e a "confissão positiva". As organizações neopentecostais também se caracterizam pela construção de mega templos, pela expansão através, especialmente, da mídia televisiva, e pelo aflorado misticismo, com práticas litúrgicas em seus cultos que apelam para uma "cristianização" de alguns rituais religiosos do Antigo Testamento. Outros segmentos dão ênfase a uma liturgia mais liberal, onde os jovens são mais "soltos" quanto aos estilos musicais, às roupas e aos costumes.
Algo estranho vem acontecendo: o pentecostalismo clássico tem absorvido muitas idéias e práticas do neopentecostalismo. Uma parte dos líderes pentecostais vem incorporando, ao longo dos anos, muitos dos ensinos ditos neopentecostais. Isso é perceptivel principalmente na música e na pregação cantores e pregadortes pentecostais. A teologia da prosperidade, certamente, é o ideal que mais tem encontrado espaço nos cultos das denominações que representam o pentecostalismo clássico, com um destaque para as Assembléias de Deus.
As distinções não podem se minimizar a ponto de não ser possível distinguir quem é quem! O pentecostalimo clássico precisa se consolidar cada vez mais como seguimento que possuiu uma identidade muito bem definida e única, para que não caia no hibridismo (ora parace ser uma coisa, ora parece ser outra). Enfim, o que é o pentecostalismo?, qual é a sua história?, qual é a sua teologia? quais os seus posicinamentos éticos? Um rio só é rio porque existem as margens! Que as margens do pentecostalismo sejam bem definidas pelo surgimento de pastores, professores, teólogos, leigos e cantores pentecostais comprometidos com os ideais e ensinos do pentecostalismo clássico, sabendo exatamente quem são e no que acreditam.
Com todo respeito,
Jonathas Diniz.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O PROPRIETÁRIO DA GRAÇA

Fico assustado com o comportamento de muitos evangélicos que tenho observado hoje em dia. Há quem acredite que fé, salvação, graça, evangelho, Cristo e outros assuntos espirituais só são autênticos à moda dele. Este tipo de crente é o que eu chamo de “proprietário da graça”.

O proprietário da graça sofre de um problema sério: a ilusão de ser Moisés (só ele sobe ao monte Sinai, só ele tem mais intimidade). Ele geralmente tem um orgulho denominacional absurdo: “na minha igreja é onde está o povo que vai morar no céu”. Ele enlata, engarrafa, empacota a graça e registra na embalagem: “made in denominação x”. É como o judeu que diz que o lugar certo de adorar é em Jerusalém ou como o samaritano que exalta Samaria como a capital do culto a Deus. Ao contrário, o verdadeiro dono e doador da graça (Cristo) ensinou que a forma certa de adorar a Deus é aquela feita em espírito e em verdade. Só ele sabe também qual é o jeito certo de adorar a Deus. Já vi um irmão ficar de cara feia para o outro porque este estava batendo palmas no momento do louvor no culto (síndrome de Mical que desprezou o modo como Davi adorava a Deus na presença do povo). Ainda bem que tal gesto arrogante não tirou a alegria da adoração do irmão que estava regozijando no Senhor.

É por isso que todo “proprietário da graça” é uma mistura de fariseu com judaizante. Fariseu porque ele se gaba de sua religiosidade, de suas formas de expressar devoção, de sua salvação e dá graças a Deus por não ser como A ou B. Judaizante porque ele quer manipular a salvação, gerenciar a graça e dar a sua receita e a sua fórmula para que alguém seja de fato cristão. Ele é mais preso aos costumes locais do que ás doutrinas universais das Escrituras. É devoto da forma e avesso á essência. É aquele que toma o lugar de Jesus e que, através de seus próprios “dogmas”, quer responder a indagação: “Mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?”.

O proprietário da graça acha que Cristo morreu e deixou o testamento somente para ele ou para a sua denominação. Mas graças a Deus que a graça é boa dádiva e dom perfeito que vem do Pai das Luzes (Tg 1.7) para todos os que crêem em Jesus (Jo 1.12), aquele que morreu para o mundo fora dos muros de Jerusalém.